sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tempo determinado pra todas as coisas debaixo do sol!

Uau!!!!!! Hoje é dia 15/10/2010... fiquei um bom tempo sem postar...muita coisa aconteceu nesses ultimos 2 anos, mudei de cidade, mudei de casas algumas vezes...rsrsrs.....me envolvi com tantas outras coisas, e mais que tudo...virei mãe! ou seja, fiquei sem muito tempo livre pra fazer postagens.....hoje entrei aqui por acaso, li as ultimas postagens e fiquei extremamente feliz ao olhar para o lado e ver minha "Pequena notável" dormindo tranquilamente!

Hoje ela já está com 2 anos!! cheia de saúde e enchendo esta casa de felicidade e muitos risos.

Voltarei a postar, contarei sobre o final da gravidez, um pouco sobre essa primeira infancia e veremos aonde nós vamos parar....

O que posso dizer neste momento é que Deus é magnífico!! Ele faz tudo no seu devido tempo, como diz lá em Eclesiastes 3 "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou...tempo de curar, tempo de edificar, tempo de derrubar, tempo de chorar, e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar..."

Sei que Ele me curou fisicamente e também curou as feridas na minha alma desse tempo de muito choro entre as perdas dos bebês...não sei se alguem ao ler estas postagens passou por algo parecido...posso garantir...o tempo de rir chegará e você poderá dançar de alegria, em meio a muitas fraldas, noites mal dormidas, colicas... Deus conhece o clamor dos nossos corações e a Seu tempo Ele nos sarará!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Nossa "Vitoriosa sobre o povo"

Finalmente mais um ultrassom...
O médico solicitou o morfológico, neste exame todos os órgãos do bebê serão medidos, assim saberemos se está tudo normal com o bebê e se as perninhas não estiverem cruzadas...saberemos o sexo!!

O pé do meu bebê tem 3 centímetros!!!! que belezinha!! Com todas as medidas perfeitas e de acordo com o desenvolvimento normal de um feto, descobrimos que teremos uma menina!! Que delicia.

Claro que o meu marido ficou falando: "eu sabia! não te falei??!", enfim, estou super feliz!!

Agora decidir o nome! Mais importante que o nome, é o seu significado, porque todas as vezes que eu chamar esta criança estarei declarando algo sobre sua vida...

Após muito pesquisar...escolhemos "Nicole" que significa: "Vitoriosa sobre o povo". Ela é nossa vitória na luta em ter um filho. Ela é uma vitoriosa, pois a cada dia de vida no meu útero é um dia a mais de vida vitoriosa na luta contra meu sistema imunológico.

Agradeço a ti Deus pelo dom da vida!!

Menino ou menina???

Passado o primeiro trimestre...que alívio!! Agora o médico disse que o período de maior risco de perda já passou, que maravilha!! uma coisa a menos pra se preocupar.

Mas agora bate a curiosidade: o sexo do bebê. Desde o início meu marido fala com toda convicção: "é menina!". Confesso que sou péssima de palpite, o que achar que é...pode ter certeza...não será! Mas não gostei do fato dele ser tão categórico em suas afirmações. Fico com receio. E se for um menino?

Tem gente que pergunta: "o que você prefere?" Acho que com toda estória que já contei...o que vier é lucro!! me sinto abençoada pro Deus. A Bíblia diz que "os filhos são herança do Senhor", que recusa uma herança ou fica escolhendo?? Só posso agradecer, Deus me dará o melhor neste momento.

Enfim chegamos na vigésima semana, no proximo ultrassom já saberemos o sexo de nosso bebê

domingo, 15 de junho de 2008

Grávidos e pirados

Engravidei novamente apenas em Novembro, foi muito emocionante ver o resultado do exame...como já contei na primeira postagem.... mas descobri que estava grávida quando estava com 5 semanas, como era época de final de ano foi difícil encontrar um médico com vaga na agenda...iniciei meu pré natal em janeiro e em todo esse tempo eu estava tomando o ácido fólico.

Nossa primeira consulta foi tranquila, o médico solicitou os exames de rotina - sangue, urina - e claro, eu solicitei um ultrassom, falei que queria saber se o coração estava batendo, ali o médico percebeu o quão aflitos estávamos.

Marcamos o ultrassom e nos restava apenas esperar, a ansiedade aumentava...eu não aguentei...um dia antes do exame fui a emergência do hospital verificar uma tosse ridícula que me incomodava, estava tudo bem comigo, mas...pedi ao médico um ultrassom e ele fez!

Ali estava meu pequeno bebê, seu coraçãozinho batia forte, 181 batidas por minuto, acho que estava tão ansioso quanto eu!! A médica que realizou o exame disse: "Tudo indica que esta gestação tem tudo pra dar certo. O bebê está bem formado. Não se preocupe."

No dia seguinte fui ver novamente o meu bebê, agora o coraçãozinho batia 170 vezes por minuto. Que delícia ouvir toda aquela força de vida!

Ultrassom é uma delícia, pena que os médicos não solicitam muitos e os planos de saúdes também não liberam. Mas acredito que toda grávida adoraria ter um trambolho daquele em casa e ficar observando o bebezinho todo o tempo. Meu marido desejou inclusive um sonar - aquele aparelhinho que o médico usa no consultório pra ouvir o coração do bebê.

Torcíamos pra que tudo desse certo e nisso ficamos bem pirados! Passei a entrar no trabalho após o almoço; meu marido ficava louco da vida se soubesse que eu havia dirigido o carro, saído pra bater perna, feito algum tipo de esforço desnecessário.

Não víamos a hora do primeiro trimestre passar e o risco maior terminar. Devíamos apenas esperar, controlar nossas emoções e seguir em nossa expectativa.

Permissão pra engravidar

Em janeiro de 2007 fui ao médico ginecologista - outro, claro! - pra fazer exames de rotina. Toda mulher deve fazer o exame papanicolau anualmente, é um exame preventivo importantíssimo, nele pode-se detectar a presença do HPV - o papiloma vírus - e a possibilidade de câncer de colo de útero.

Estava tudo muito bem com minha saúde física, o médico foi muito atencioso e me disse: "Se você quiser já pode engravidar novamente, já faz seis meses que você passou por uma curetagem, seu útero está ok...". Ele me receitou ácido fólico e me deu muitas amostras...dava pra cerca de dois meses...que incentivo!!

Sai da consulta com um frio na barriga, sabia que meu marido iria me perguntar sobre gravidez. Ele queria tentar novamente. Eu também queria, mas só em pensar na possibilidade de não dar certo novamente...

Decidimos que eu tomaria o ácido fólico por um tempo e pararia de tomar o anticoncepcional. O ácido fólico é muito importante no primeiro trimestre de gestação, ele auxilia na formação do sistema nervoso central do bebê, e como, no geral, a alimentação do brasileiro é pobre em nutrientes, é melhor tomar este complemento. Ele é baratinho, mas também é distribuído gratuitamente na rede pública.

Confesso que várias vezes eu torcia pra não engravidar...ficava receosa, mas ao mesmo tempo me empolgava com a possibilidade de dar certo, era uma ambivalência. Lidar com o medo pode ser muito complicado. Ele tem o poder de nos paralizar e exige de nós uma força interna para reagir.

Finalmente eu concluí: "Se ficar com medo que aconteça de novo e por isso não tentar mais, nunca viverei a possibilidade de dar certo, preciso reagir a isso...!" Lembro que logo após os abortos eu me sentia bem; descobri algo sobre mim: tenho reações tardias, minha ficha demora a cair e quando cai....explode!

Outra lição: quando alguém vive um trauma e reage bem, dê um tempo àquela pessoa, pode ser de uma semana, 15 dias ou até meses, mas volte a perguntar como ela se sente com relação ao fato, é possivel que ela esteja bem, mas o contrário também é... sempre ofereça ajuda, que pode ser apenas um abraço, um ouvido atento, uma oração.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Prosseguindo...

Depois disso seguimos a vida, acho que cada pessoa reage aos traumas vividos de uma forma.

Fiquei numa apatia por meses, tudo era normal demais pra mim, parecia que minhas emoções estavam anestesiadas, não ligava nem me importava com nada.

Mas havia um sentimento profundo de incapacidade, impotência, a auto-estima desce tão profundamente que parece que some.

Continuei trabalhando e fazendo as coisas corriqueiras da vida, lavando, limpando, passando, visitando os amigos...

Um dia, muitos meses depois, uma amiga nos telefonou pra contar que estava grávida, ficamos muito felizes por ela e seu marido, mas confesso que aquele dia foi dolorido pra mim, chorei o dia inteiro e pensava: "Deus...você esqueceu de mim?" Eu realmente me alegrava na gravidez das outras mulheres, mas me lamentava profundamente de não viver aquilo também. Me esforçava ao máximo para não transparecer os meus sentimentos, não queria ser poupada das experiências das minhas amigas grávidas.

Viviamos diversas situações, muitos nos perguntavam: "Quando terão filhos??" e sempre respondíamos: "Quando Deus quiser...!". Teve uma vez que uma mulher que não nos conhecia muito bem, mas sabia um pouco de nossa estória, me inqueriu sobre ter filhos, falou que eu já estava casada há um bom tempo e que não devia resistir a isso, ela me dava inúmeros argumentos pra ter filhos, que são uma benção, herança....etc. Me senti cobrada, quanta indelicadeza.

O pior não era apenas isso. Após os abortos, ficamos sabendo de muitos casos de abortos espontâneos...era acontecer um que alguém insensível me telefonava em casa pra contar o caso e no final eu sempre ouvia: "Tá vendo...acontece com muita gente...". Uma vez uma pessoa me ligou pra contar de uma moça que perdeu seu bebê com oito meses de gestação, a situação deve ter sido terrível pra esta mulher, não tenho a menor dúvida, o cruel pra mim foi ouvir: "Que bom que com você foi no começo né? assim não viu a barriga crescer, o bebê mexer..."

A dor é um sentimento extremamente individual, realmente não vi minha barriga crescer e não senti meus bebês mexerem, mas eu os tinha como meus filhos. Acredito que não faz diferença perder um filho com um dia ou com 10 anos de vida, perder alguém que já amamos é dolorido, não importa o tempo que vivemos e as experiências que tivemos com aquela pessoa. Sabemos que a morte é algo real, é a única certeza que temos, todos morreremos, mas não gostamos nem um pouco da morte e não estamos prontos pra lidar com ela.

Sei que essas pessoas queriam o meu bem e de certa forma me consolar, saber disso me acalmava e me ensinou que lidar com pessoas e com a dor do outro exige profunda sensibilidade e empatia, nunca, mas nunca mesmo podemos esquecer que a dor é individual!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Ligeiramente grávida II

No início de Junho em 2006 estava grávida novamente....é eu sei...foi muito rápido!!

Meu médico me tranquilizou dizendo que estava tudo bem, afinal todos os resultados dos meus exames eram normais. Eu deveria repousar e não fazer muito esforço físico, disse também que um dos riscos de ter engravidado tão cedo seria o de ter uma placenta prévia.

A placenta prévia é uma implantação anormal da placenta que se fixa próximo ao colo do útero, o que por sua vez dificulta um possível parto normal. Normalmente a placenta se localiza na parte superior do útero.

Ainda assim, ao saber do resultado positivo chorei uma semana inteira, enquanto amigos festejavam e diziam: " dessa vez vai!!", eu apenas chorava pois recordava do que havia acabado de me acontecer, fazia apenas três meses que eu havia passado por uma curetagem.

Eu e meu marido estávamos abalados, nossos sonhos haviam sido estraçalhados...quem nos garantiria que dessa vez daria certo??

Com apenas sete semanas de gestação revivemos o trauma do aborto retido e de uma nova curetagem. Dessa vez eu entrei em parafuso!! Todos os exames foram normais, o bebê apresentava um desenvolvimento esperado para sete semanas. E assim ficamos novamente sem respostas.

Fiz todos os exames que meu médico pediu, por fim ele me disse: "A medicina só considera seu caso como realmente relevante a partir do terceiro aborto, não há muito que podemos fazer, apenas esperar, se acontecer novamente ai faremos uma investigação mais profunda."

Quase não acreditei que havia ouvido aquilo, fiquei perplexa, isso me fez pensar o quanto um ginecologista precisa ter aulas de psicologia da mulher!

Com os sonhos novamente estraçalhados e as emoções completamente desequilibradas tentamos seguir a vida.